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MS pode ficar sem ministério, mas continua próximo de Temer

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    As chances de Mato Grosso do Sul ocupar um ministério caso Michel Temer (PMDB) assuma a presidência com o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) pode até ter diminuído diante da necessidade de redução de pastas, mas o Estado vai continuar tendo boa participação numa provável gestão do peemedebista. Isso por conta da estreita relação partidária e de amizade entre Temer e o ex-governador André Puccinelli.
    Esse relacionamento se estreitou ainda mais no período de tramitação do pedido de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara Federal. A pedido de Temer, Puccinelli foi a Brasília e no Legislativo conversou com deputados que conhece para garantir a aprovação do prosseguimento de impeachment. E nesta quarta-feira (27), mais uma vez foi chamado pelo vice-presidente. O assunto não é revelado por pessoas ligadas ao ex-governador.
    O deputado federal Carlos Marun (PMDB) disse que se encontrou com Puccinelli na Câmara, maqs não falaram sobre o encontro do ex-governador com Temer. Além da ligação direta com o líder nacional do partido, André também tem acesso direto a Eliseu Padilha, que é tido como certo para a Casa Civil de Temer.
    O reconhecimento como líder do PMDB no Estado fez com que André Puccinelli viabilizasse recursos para a implantação de um grande projeto viário para Campo Grande, a avenida que liga o bairro Vila Popular ao Distrito Industrial, na época em que Padilha era ministro dos Transportes. Como gratidão, a avenida leva o nome de Solon Padilha, pai do ex-ministro.
    A amizade entre ambos vem desde a época em que eram deputados federais e Michel Temer assumiu a presidência da Câmara Federal. De lá para cá, os contatos passaram a ser frequentes. Depois do envolvimento direto na votação do impeachment na Câmara, Temer e André conversaram duas vezes, segundo o que disse o próprio André na semana posterior a sessão que decidiu pela continuidade do processo de afastamento da presidente.
    O médico Celso Ianaze, amigo de longa data de Puccinelli e que já ocupou cargos na gestão do peemedebista na Prefeitura de Campo Grande e no governo do Estado, afirma que essa relação entre o ex-governador e o vice-presidente é resultado do reconhecimento da liderança de André dentro do partido no estado. “Agora, com a perspectiva do Temer assumir a presidência consolida muito essa amizade e lealdade que ele (André) tem não só com o Temer mas também com a cúpula do PMDB”, afirma Ianaze.
    Segundo Carlos Marun, a redução do número de ministérios vai representar a diminuição dos espaços para o PMDB, pela necessidade de Temer fazer composição com outros partidos. E em reunião com o vice-presidente na última segunda-feira (25), os deputados peemedebistas apoiaram as medidas que Temer terá que adotar caso assuma a presidência da República. André Puccinelli disse há duas semanas que, caso seja consultado por Michel Temer, vai indicar Marun e o senador Waldemir Moka para compor a equipe de ministros do PMDB na gestão pós-Dilma Rousseff.

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