Na contramão de quase todos os estados brasileiros, Mato Grosso do Sul registrou aumento no preço da gasolina na semana passada, conforme balanço da ANP (Agência Nacional do Petróleo). O produto também ficou mais caro no Rio de Janeiro e Roraima, enquanto nas demais unidades federativas houve redução motivada pela iniciativa dos donos de postos em esgotarem os estoques.
O presidente do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), Edson Lazaroto, garante que o estado está apenas atrasado na redução de preço nas bombas, que começou a ser sentida nesta semana.
Segundo ele, além do barateamento provocado pelos estoques, também houve queda no preço do produto.
“Houve uma redução no valor cobrado pelas distribuidoras de quatro a cinco centavos, pelo menos, em alguns postos. Hoje os consumidores encontram gasolina a R$ 3,40 na cidade. Na próxima cotação já deve mostrar essa queda. Demorou um pouco mais”, afirmou.
A crise teve efeitos positivos aos consumidores e negativo para empresários no ramo dos combustíveis. A queda no poder de consumi reflete em menor volume de vendas e acúmulo de gasolina nos postos.
Como as empresas têm contratos com os fornecedores para aquisição de quantidades mínimas, elas têm que fazer promoções para esgotar o que está parado nos reservatórios.
Em Campo Grande existe mais um agravante: a concorrência. Lazaroto afirma que existem mais de 150 empresas do ramo na cidade competindo entre si para atrair clientes.
Como resultado, 26 postos fecharam nos últimos seis meses na cidade. O mais recente deles foi o da esquina da Afonso Pena com a 13 de Maio.
“O posto vivia cheio, o que passava a falsa imagem de lucro. O antigo dono foi obrigado a vender porque não aguentou, apesar de todo o movimento que ele tinha. Não é quantidade, mas tem que ter uma margem para pagar os compromissos, senão fica devendo. Ele entregou o ponto”, diz o presidente do Sinpetro.
Números – A ANP realiza um levantamento semanal do preço dos combustíveis em várias cidades brasileiras. O órgão encontrou gasolina comercializada a R$ 3,69 na Capital. Em Mato Grosso do Sul, o preço médio entre os dias 5 e 11 de março foi de R$ 3,66, enquanto na anterior havia sido de R$ 3,64.
No Amazonas, por exemplo, o produto caiu de R$ 3,62 para R$ 3,46 no mesmo período, uma das reduções mais expressivas em todo o país. Já no Paraná, o preço médio do combustível foi de R$ 3,64 para R$ 3,60, um dos mais baratos registrados pela Agência.