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Artigo: ?O peso da assessoria no êxito do mandato por Manoel Afonso

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REFLEXÃO O parlamentar precisa separar seu estilo de vida antes e depois de assumir o mandato. São situações diferentes, sendo que a atual é de maior visibilidade aos olhos da opinião pública e, portanto, sujeita a observações e críticas. Como cidadão comum da comunidade pode improvisar e até cometer equívocos em algumas situações sem que isso tenha repercussões profundas ou graves. ‘Trata-se de um simples mortal’. Certo?

 

ELEITO Aí a situação muda. Ele é o depositário das esperanças de seus eleitores – que veem nele o modelo exemplar ou confiável para o exercício de representação dentro do quadro político-administrativo. Portanto terá que adaptar-se à função parlamentar e ao cenário respectivo, demonstrando além de competência – a habilidade para conviver com algumas situações complicadas. É a arte de transformar pimentas em licores. Uma simples frase, gesto repercutem como penas ao vento.

 

LEMBRETE O mandato não pode ser visto como uma espécie de procuração com poderes ilimitados ao seu titular.. Ele precisa observar aquilo que vem expresso na Constituição Federal recomendando ou exigindo os preceitos da moralidade, legalidade, impessoalidade, eficiência, transparência e finalidades públicas. Aí, detentores de mandato que atravessam o sinal correm perigo.

 

ASSESSORIA Nunca ela foi tão relevante para formatar o mandato diferenciado por conta das mudanças nas relações com o eleitor e a opinião pública. A competência pessoal na iniciativa privada do político não garante um mandato proveitoso. Seu estilo pessoal (empresário, profissional liberal, fazendeiro) precisa amoldar-se ao cotidiano burocrático, no relacionamento habilidoso, nas sessões, reuniões, corredores e gabinetes oficiais.

 

BOM ASSESSOR Braço direito do parlamentar! Deve conhecer o pensamento político dele para redigir textos, ofícios, correspondências diversas, pronunciamentos e minutas de projetos. Ele cuida da agenda do chefe, promove ou cancela audiências, reuniões e organiza a rotina administrativa do gabinete. Deve evitar que problemas cheguem até ao chefe para poupá-lo de dissabores. Precisa resolvê-los com habilidade. Mas o assessor precisa ter autonomia, sob risco de virar ‘aceçor’ apenas, um abridor de porta.

 

MUDANÇAS Na década de 70 a relação do eleitor com seus políticos resumia-se nas raras notícias da ‘Voz do Brasil’, nas ‘folhinhas calendários’ que o senador Rachid S. Derzi (Arena) distribuia e as visitas de comícios. E só! O deputado federal Ubaldo Barem (Arena) era chamado de ‘Copa do Mundo’; só aparecia de 4 em 4 anos . Citei esses casos para descrever as relações dos políticos e o eleitorado que mudaram muito ultimamente.

 

‘LIGADÃO’ Assim pode ser definido hoje o eleitor. As assessorias parlamentares devem cuidar bem do item comunicação. Precisam abastecer os jornais, blogs, colunistas e sites, rádios e televisões com notícias positivas. O universo digital é imenso e perigoso. Qualquer eleitor com um celular acompanha a atuação dos parlamentares. Uma nota fiscal ‘salgada1 de jantar de político é notícia ruim. Há pouco um prefeito do Paraná protagonizou escândalo sexual num elevador do hotel em Brasília.Virou notícia com direito a foto de celular.

 

EQUÍVOCOS Desde a Assembleia Constituinte conheço figuras probas, de sucesso na iniciativa privada e que não se deram bem no exercício do mandato. Na pratica a política não era aquilo que viam na teoria,isto é, do outro lado do balcão. Alguns nem tentaram a reeleição. Mas também lhes faltou gente experiente na assessoria. O gerente nota 10 de uma loja, por exemplo, nem sempre será um bom assessor parlamentar.

 

COMPROMETIMENTO: É o requisito básico em qualquer atividade na iniciativa privada ou pública. Um amigo viu cena exemplar numa praça em Boston (USA). Sob temperatura perto de zero grau e nevando – um funcionário da prefeitura lavava uma estátua de um personagem histórico. Estranhou e perguntou-lhe as razões do trabalho sob aquelas condições. O funcionário explicou com naturalidade que estava cumprindo o calendário anual das suas tarefas estipulado pela administração, independentemente do clima. Imagine essa situação no Brasil. Os deveres são ‘exclusivos’ do patrão.

 

SEM BÚSSOLA Quando da prisão do ex-governador Puccinelli (MDB) corria solta a piada no saguão da Assembleia Legislativa de que ele teria levado a bússola do partido que ficou sem rumo e que deu no vimos. Até aqui as reuniões do partido tem se pautado pela mesmice das invencionices com a citação de nomes e alternativas para 2020. Mas no fundo os dirigentes nutrem ‘aquela esperança’, fingindo ignorar a agenda da justiça. O MDB como um todo no país envelheceu estigmatizado pelo seu envolvimento em casos escabro$o$.

 

PATÉTICA Assim poderia ser definida a situação no Partido Progressista do ex-prefeito da capital Alcides Bernal, que trava uma luta no mínimo curiosa com alguns de seus companheiros de legenda. Não custa lembrar que o PP é um dos campeões em matéria de Fundo Partidário – o que não deixa de ser um enorme atrativo para comandá-lo ainda que regionalmente. Mas os próximos capítulos prometem ser interessantes. É aguardar!

 

DOURADOS/PESQUISA Foram 1.200 pessoas consultadas pelo Instituto Ranking entre 4 e 13 deste mês. Estimulada para prefeito: Marçal Filho 29,16% – Renato Câmara 9,08% – Geraldo Resende 6,00% – Murilo Zauith 4,33% – Rodolfo Nogueira 4,00% – José Carlos Barbosa 3,75% – Alan Guedes 3,25% – Délia Razuk 3,00%. Votos brancos, nulos e não responderam totalizam 37,43%. (Pesquisa de acordo com o art. 33 da Lei 9.504/1997 e do TSE nº 23.549/2017)

 

REJEIÇÃO: Marçal Filho 2,00% – Rodolfo Nogueira 2,25% – Alan Guedes 3,16% – Renagto Câmara 4,08% – José Carlos Barbosa 4,25% – Murilo Zauith 7,08% – Geraldo Resende 9,75% – Délia Razuk 33,25%. Quanto a avaliação da administração municipal ficou assim: 15,16% ótima e boa – 40,25% regular – 37,33% ruim/péssima – 7,26% não souberam e não responderam. Por ordem, os principais problemas da cidade seriam buracos nas ruas, saúde, pavimentação, desemprego, segurança e saneamento. Não votaram, não souberam responder e indecisos somaram 34,18%

Vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar eleição. (Zé Dirceu em 27/09/2018)

 

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