Xaropes para tosse, pomadas cicatrizantes, tinturas calmantes, comprimidos contra vermes intestinais, xampus anticaspa e contra queda de cabelos e sabonetes foram alguns dos produtos aprendidos pelos os alunos do curso ‘Preparo de Remédios Caseiros’, oferecido pelo Sindicato Rural de Aparecida do Taboado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (SENAR-MS). A capacitação foi realizada para 12 participantes do Assentamento São Joaquim, na cidade de Selvíria.
A bióloga e instrutora do Senar/MS, Roselea Curi Dolores, explicou que o curso identifica as plantas medicinais e suas funções para, em seguida, fazer a manipulação de remédios. “Além de melhorar a qualidade de vida, é uma forma de contenção de despesas. Muitos remédios vendidos nas farmácias são caros e aquele dinheiro vai fazer falta”, comenta.
A especialização no uso dessas plantas por meio da ciência fez com que a popularização da fitoterapia aumentasse. Hoje, muitos medicamentos no mercado farmacêutico já utilizam em seus rótulos o termo “produto natural” e prometem maior eficácia terapêutica e ausência de efeitos colaterais.
A instrutora informa que durante o curso foram ensinadas técnicas para a produção para vários medicamentos. “Não são apenas remédios para cura de alguma doença ou mal estar, há também os preventivos e que ajudam a melhorar a saúde e a imunidade. É para evitar que essas pessoas precisem dos remédios alopáticos, que são os remédios industrializados”.
A variedade de plantas utilizadas na manipulação dos remédios é grande, indo desde as mais conhecidas, como boldo, alecrim e hortelã, até guaco e assa-peixe. “As plantas que utilizamos dependem da região onde o curso está sendo ministrado. Mas as mais comuns são boldo, terramicina, capim-cidreira, carqueja”, detalha a bióloga.
Apesar das inúmeras vantagens, o uso de plantas medicinais não é isento de riscos. As plantas podem conter substâncias tóxicas e/ou alergênicas, podem estar contaminadas ou até mesmo interagir com outras medicações, causando danos à saúde. Por isso, a identificação e a dosagem correta das plantas manipuladas são essenciais. Não é porque é natural que não pode fazer mal à saúde. O importante é saber como as plantas serão utilizadas e a dosagem correta na manipulação, além dos cuidados básicos com a higiene”, salienta Roselea. A dosagem no consumo também deve ter atenção. Todo princípio ativo terapêutico é benéfico se utilizado na quantidade recomendada. (Com informações da Famasul)