Campo Grande (MS) – A assistência religiosa é considerada um dos principais meios de transformação de condutas e uma importante ferramenta de reinserção social junto à população carcerária, além de estar prevista na Lei de Execução Penal (LEP).
Como forma de reconhecer essa importância e minimizar as dificuldades enfrentadas pela pessoa encarcerada, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) incentiva e valoriza a atuação das instituições religiosas nas unidades prisionais de Mato Grosso do Sul.
Dentre as ações desenvolvidas, foi realizado na semana passada, pela Igreja Presbiteriana Renovada, o batismo nas águas com internas do Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas (EPFTL), após um curso oferecido no mês de julho. “Foi um momento de muita emoção e de reavivamento da fé, tanto das que foram batizadas, quanto daquelas que só presenciaram a cerimônia”, afirma a diretora do presídio, Leonice Miranda Rocha Guarini.
Para a dirigente, “a participação das reeducandas nas ações religiosas é primordial, pois, além da importância primária na vida de qualquer ser humano, dentro de uma unidade prisional colabora com a pacificação entre as custodiadas e a disciplina de modo geral”.
Batizada durante a cerimônia, a reeducanda, M.J.S.D., afirma que tomou essa decisão num momento muito difícil em que se encontra. “Quero realmente mudar de vida, sair do crime e ser uma nova pessoa lá fora e esse é o único caminho que consigo enxergar, entregando minha vida nas mãos de Deus. Agora meus dias serão mais leves e minhas atitudes serão diferentes”, destacou.
Segundo o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a assistência religiosa é realidade em unidades prisionais do estado por meio de agentes de diferentes denominações. “Possibilitar essa ferramenta aos custodiados tem se mostrado de maneira eficaz no processo de reinserção social, mesmo porque é um meio de reflexão e mudança de comportamento longe da criminalidade”, ressaltou.