Localizado na região centro norte do Estado, o município de Rio Negro se destaca na produção agropecuária, com rebanho bovino de 129 mil cabeças, além da produção de suínos e aves. Na agricultura os números também são expressivos, totalizando uma produção de 23,1 mil toneladas de soja e 15 mil toneladas de milho. Os dados compilados no último levantamento do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística reforçam o potencial produtivo da região, comprovado pela participação dos empresários rurais que aderiram ao projeto ABC Cerrado, oferecido pelo Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
Mato Grosso do Sul foi um dos oito estados brasileiros (incluindo Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas gerais, Piauí e Tocantins) escolhidos para implantar a 1ª etapa do projeto que tem a finalidade de contribuir com a redução dos gases de efeito estufa no território nacional. Para isso foram trabalhadas junto aos produtores participantes quatro linhas tecnológicas: sistema de plantio direto, recuperação de pastagens degradadas, ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta e Florestas Plantadas.
O superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta reforça que o programa ABC Cerrado traz ao produtor rural conhecimentos técnicos sobre as práticas da Agricultura de Baixo Carbono. “São conceitos importantes para todos, pois permite aumento da produção e renda para o produtor de forma sustentável, além de propiciar benefícios para o meio ambiente e para a população através da redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE)”, observa.
Em Rio Negro, o técnico de campo do Senar/MS, Rudel Sanches, atende 12 produtores rurais que tem como atividade principal a pecuária de corte. Ele destaca o comprometimento dos assistidos em implantar nas propriedades os conhecimentos aprendidos na fase de capacitação do projeto. “Encontrei produtores dispostos a mudar a realidade de pastos em diferentes estágios de degradação. Nas visitas de assistência técnica tenho percebido a mudança de comportamento após o treinamento no ABC Cerrado e empresários determinados a produzir com responsabilidade”, destaca.
Nilo Sérgio Dantas assumiu há 12 anos as propriedades da família e atua com pecuária de corte em cria, recria e engorda. Membro da diretoria do sindicato rural de Rio Negro destaca a importância da conscientização dos funcionários, por intermédio da capacitação. “Incentivo minha equipe a se qualificar, pois é importante para a vida pessoal e profissional. Percebi a mudança nas atitudes, no manejo dos animais e resolvi participar do projeto do Senar/MS. Estou satisfeito com o aprendizado, pois, compreendi o dinamismo da atividade e passei a trabalhar com planejamento e metas definidas”, relata.
Para o empresário Clovis Kondo, a capacitação do ABC Cerrado foi excelente, pois, demonstrou a questão técnica de atividades desenvolvidas a partir de conhecimentos práticos. “Fiquei particularmente interessado em aprender mais sobre reforma de pastagens e como melhorar o desempenho de minha atividade, focada no cruzamento industrial de matrizes. Além disso, tivemos a oportunidade de trocar experiências já que produtores de outros municípios como Figueirão compartilharam sua vivência na atividade rural”, detalha o produtor rural que diversifica as atividades investindo em piscicultura, fruticultura e hidroponia.
Outro proprietário que aderiu ao ABC Cerrado é Mauricio Bonifácio, produtor especializado em todos os ciclos da pecuária de corte. Ele reforça a importância da assistência técnica oferecida pelo Senar/MS e acredita que o desenvolvimento do agronegócio está nas mãos das novas gerações. “O trabalho do técnico de campo é fundamental, pois, nas visitas temos a oportunidade de esclarecer dúvidas e agirmos de forma mais assertiva nas ações da propriedade. Acredito que os novos produtores estão mais abertos a praticar uma pecuária sustentável, que preserve o meio ambiente e isso só é possível com educação”, afirma.
Perfil da região
Na avaliação do técnico do Senar/MS, o município possui o diferencial de boa pluviosidade e aptidão para integração de sistemas como ILP – Integração Lavoura Pecuária, mas precisa de um trabalho intensificado em reforma de pastagens. “Cerca de 30% das propriedades que visitei possuem algum estágio de degradação que podem ser corrigidas com técnicas de baixo custo. O lado positivo é que temos um grupo animado para colocar em prática o que aprenderam nas capacitações, focados melhorar a atividade e contribuir para a preservação do meio ambiente”, complementa Sanches.