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Queimadas continuam e castigam Pantanal de MS: “pior situação que vi em mais de 30 anos”, diz coronel

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“Estamos vivendo um momento triste da história do Pantanal de Mato Grosso do Sul”. É o que afirma o Coronel Ângelo Rabelo, diretor do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e que trabalha combatendo a destruição no bioma há mais de 30 anos. A afirmação de Rabelo é por conta do crescente número de queimadas na região, que registra a maior quantidade de focos de queimadas desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) iniciou o monitoramento de incêndios, em 1998.

Segundo Rabelo, que roda a região de Corumbá, na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, com o IHP para combater os focos, se tornou habitual, nas últimas semanas, ver animais mudando a rotina. “Estamos observando macacos fugindo, aves desorientadas tentando encontrar um novo lar. Em mais de 30 anos trabalhando por aqui, nunca vi nada parecido, nessas proporções e condições climáticas”, diz o coronel.

Apenas na região de Corumbá, mais de 13 mil hectares do Pantanal já foram consumidos pelo fogo neste ano. A cidade ainda é a recordista em focos de incêndio no Brasil em 2020, com 2370, sendo 152 nas últimas 48 horas. “A situação está incontrolável”, afirma o coronel Rabelo.

Segundo o Corpo de Bombeiros, algumas queimadas são criminosas e outras surgem por conta de fatores climáticos. A grande dificuldade do trabalho dos bombeiros é que, apesar de visíveis, alguns dos focos ficam em área de difícil acesso ou em locais bem distantes, em que é necessário utilizar barcos e ainda percorrer parte do trajeto a pé, para o combate.

De acordo com o Tenente Lennon Sabino de Lima, do Corpo de Bombeiros de Corumbá, a região do Pantanal é atípica por possuir diversos tipos de solo, que propiciam maior “facilidade” para um incêndio propagar. “Em grande parte do Pantanal, encontramos um solo que possui muita biomassa acumulada, como fezes de animais, restos de madeira, restos de folhas secas e outras. Esses sedimentos vão se compactando, formando uma espessa camada de matéria orgânica. Muitas vezes combatemos um foco de incêndio, retiramos o oxigênio do fogo, mas momentos depois ocorre a reignição das chamas, já que ele continua queimando de forma subterrânea, graças a biomassa”, explica.

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