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?Salas de Recurso Multifuncional facilitam a inclusão escolar

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      Aparecida do Taboado (MS) – Ainda pouco difundida no Brasil e evitada em várias unidades públicas do país, a inclusão escolar é amparada por lei e está presente na Educação em Aparecida do Taboado, tanto em âmbito estadual, quanto na rede municipal de ensino. Ao todo, 40 alunos com necessidades especiais estão matriculados e frequentando o ensino regular, incluindo portadores de síndrome de down, deficiência física, surdez ou baixo QI (dificuldade de aprendizagem). São 11 na rede estadual e 29 na municipal.

      Apenas os alunos que comprovam a deficiência ou necessidade especial através de laudo médico, com indicativo do CID e firmado por médico responsável, passam a contar com um ‘professor de apoio educacional especializado’ durante as aulas. Esses profissionais têm graduações específicas para este tipo de atendimento, como curso de Pedagogia e Pós-Graduação em algum tipo de inclusão escolar.

      E para facilitar ainda mais a inclusão escolar – atendendo a legislação federal e com auxílio do MEC, a Escola Estadual Frei Vital de Garibaldi, que é pioneira no assunto desde a década de 80, e a Escola Municipal Prof. Jesus José de Souza contam com uma Sala de Recurso Multifuncional (AEE) que potencializa o aprendizado de estudantes com deficiência, necessidade especial ou dificuldade de aprendizagem.

      Além de profissional capacitado realizando o atendimento, que funciona como uma complementação ao ensino regular e não como reforço, as salas dispõem de equipamentos tecnológicos e pedagógicos que possibilitam o professor a identificar e desenvolver a capacidade de aprendizado do aluno com base nas técnicas aprendidas em cursos de especialização.

      Segundo a responsável pela Sala de Recurso Multifuncional na Escola Frei Vital, professora Edna Pereira da Silva, as medidas de apoio contribuem no desenvolvimento dos aspectos lingüísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante. Segundo ela, talvez por falta de informação, a procura pela sala de recurso multifuncional no ensino estadual ainda é muito baixa no município, “temos pouquíssimos alunos frequentando a sala aqui na Frei Vital. Acredito que muitos pais ainda não sabem que podem contar também com este recurso”, esclareceu. Edna leciona há mais de 10 anos e nos últimos 2 passou a fazer parte da educação especial, sendo que em 2017 começou a trabalhar como professora de apoio. Para ela, o professor de apoio exerce a função de mediador do conhecimento, “todo mundo tem capacidade de aprender, mas cada um do seu jeito, no seu tempo”, garante.

      Já no ensino municipal, o AEE é coordenado pela professora Cleide Maria Honorata Silva, que leciona há mais de 20 anos, com graduação em Pedagogia, Psicopedagogia e Pós em Didática, além de vários cursos em educação inclusiva e o específico do AEE. Ela atende a rede municipal de ensino desde 2007, quando a Sala de Recurso Multifuncional foi inaugurada.

      Dos 29 alunos que estão inclusos em escolas e creches municipais, apenas 4 deles são portadores de deficiência ou necessidade especial e frequentam o AEE da APAE. Já os 25 restantes são alunos que possuem dificuldades de aprendizagem, em vários aspectos (como déficit de atenção, hiperatividade, transtornos, entre outros), e todos eles são atendidos pela Cleide.

      Ela garante que a Sala de Recurso Multifuncional funciona como um subsídio complementar para o ensino regular e que muitos alunos conseguem obter um bom rendimento através do acompanhamento, “esta sala foi criada para atender crianças com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares e nós temos conseguido bons resultados. É muito trabalhoso, mas é também muito satisfatório”, disse ela, que já atendeu dezenas de alunos inclusos nesses 11 anos que está à frente do projeto.

 

Como participar e o que é o NUESP

      Para incluir a criança com deficiência, necessidade especial ou dificuldade de aprendizado na Sala de Recurso Multifuncional do Estado, é preciso passar pelo NUESP – Núcleo de Educação Especial, coordenado atualmente pelo professor Silvio Mamão, que é o técnico responsável. Ele fará o encaminhamento do aluno para o AEE.

      É o NUESP também o responsável pela disponibilização de professor de apoio para criança inclusa. O Núcleo recebe o laudo médico da criança, emite um relatório e encaminha para a Copesp (órgão da Secretaria de Estado de Educação) para que ela autorize a liberação do profissional com base na necessidade do estudante.

      Atualmente, o NUESP conta com 9 professores de apoio, atendendo 11 estudantes inclusos.

      Já na rede municipal, o responsável pelo aluno precisa apenas apresentar o laudo médico (incluindo atestado de psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, entre outros) na Sala de Recurso Multifuncional e agendar o atendimento com a professora responsável.

      Lembrando que ambas as Salas recebem o aluno em horário alternado ao que ele freqüenta o ensino regular. E todos os alunos da Rede Estadual são direcionados à Sala de Recurso Multifuncional da Escola Frei Vital de Garibaldi, e os da Rede Municipal à Sala de Recurso Multifuncional da Escola Prof. Jesus José de Souza.

     

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