O ‘Setembro amarelo’ é uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do nosso país e suas formas de prevenção. Ocorre neste mês desde 2015, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.
Segundo o Centro de Valorização da Vida – CVV, entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962, afirma que, pensar em suicídio faz parte da natureza humana e é impulsionada pela possibilidade de escolha. O impulso é uma reação natural, porém mais comum nas pessoas que estão exaustas por dentro e emocionalmente fragilizadas diante de situações que despertam possibilidade de suicídio.
Um problema da saúde pública que vive atualmente a situação de tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vitimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo do desconhecido, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.
Para a psicóloga Cristina Maria de Freitas Pires, que atua a mais de 25 anos na área, a maior causa para o suicídio é a dificuldade de enfrentamento. “As pessoas não querem morrer, elas querem parar de sofrer. As pessoas não sabem lidar com suas frustrações e acabam por recorrer ao suicídio com solução”, afirma. As mudanças de comportamento, rotina e gostos são sinais que familiares e amigos devem estar atentos. Falar realmente é a melhor solução, o acolhimento sem julgamento pode ser o grande aliado. Mostrar interesse, ouvir a pessoa, sem críticas e até orientá-la a procurar ajuda profissional, se for o caso, pode evitar desfechos indesejáveis.
Cristina faz um alerta para as pessoas que estão passando por problemas emocionais. “Fale, permita-se a ser ajudada. A porta da mudança só abre do lado de dentro”, finaliza a psicóloga.