O desenvolvimento da agropecuária sul-mato-grossense se destacou no cenário nacional. Mais do que a ampliação da produção, o nível de sustentabilidade alcançado no Estado surpreende até mesmo quem já atua há muitos anos no setor. O sucesso no campo está associado à adesão a novas tecnologias e à ciência elaborada nos centros de pesquisa de Mato Grosso do Sul, como é o caso da Fundação MS que, no dia 18 de março, completou 24 anos de atuação.
Para o presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mauricio Saito, ao longo das mais de duas décadas em que a Fundação MS proporciona à agropecuária do Estado acesso à pesquisa de ponta, o setor vem se modificando. "A entidade, respeitada nacionalmente, traz não apenas conhecimento tecnológico, mas também opera no gerenciamento sustentável das inovações", reforça o presidente.
A Fundação MS conta como mantenedores instituições como o Sistema Famasul, Sistema OCB/MS e Aprosoja/MS, além de 180 produtores rurais. De acordo com os dados do Departamento de Economia do Sistema Famasul, de 1991/95 a 2015/16, a área destinada ao cultivo de grãos no Estado cresceu 139,3%, passando de 1,7 milhão de hectares para 4,2 milhões de hectares. Já o volume de produção aumentou 424,7%, saindo de 3,2 milhões de toneladas para a atual marca de 17 milhões de toneladas.
"O crescimento mais expressivo da produção do que da área de plantio, mostra que o produtor, ao utilizar 'dentro da porteira' novas tecnologias desenvolvidas nos centros de pesquisa consegue colher muito mais, em um mesmo espaço, do que em décadas passadas", salienta Saito ao reforçar que, em 24 anos, a produtividade cresceu 119,3%, com o produtor colhendo mais de 4 mil quilos por hectare.
A Fundação MS possui mais de 25 mil parcelas de pesquisa em 13 unidades de Mato Grosso do Sul, o que aponta uma cobertura de 1,7 milhão de hectares, destinada a estudos e validação de tecnologias, incluindo áreas de propriedades, onde são realizados trabalhos em parceria com produtores rurais.
Na avaliação do presidente da entidade, Luiz Alberto Moraes Novaes, os trabalhos desenvolvidos pela Fundação MS sinalizam a evolução dos sistemas de produção no mundo, com investimentos em ciência e tecnologias, que possibilita o desenvolvimento da agricultura e pecuária.
“Apresentamos ao produtor o ranqueamento de variedades, produtos, defensivos e dosagens. Os estudos permitem que a tecnologia seja ajustada para cada tipo de ambiente”, enfatiza Novaes que é também diretor-tesoureiro do Sistema Famasul e presidente da Sulcanas.
Pioneira nas pesquisas com sistemas integrados lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, com foco no desenvolvimento do sistema de plantio direto e, também, na busca por alternativas para a rotação de culturas e cobertura do solo no outono-inverno, a Fundação MS vem se dedicando no trabalho de adaptação de variedades de soja, buscando materiais mais produtivos, possibilitando a consolidação do milho safrinha.
Um dos destaques das ações da instituição é a Showtec, feira tecnológica, reconhecida nacionalmente como um dos principais eventos do campo. Em sua última edição, promovida em janeiro deste ano, houve recorde de público, com participação de 15,8 mil pessoas, de vários estados e de outros países.
“Nosso estado completou 38 anos, destes, 20 tiveram a Showtec. Após todas essas edições podemos dizer que Mato Grosso do Sul evoluiu significativamente a partir de trabalhos como desses profissionais da Fundação MS, de disponibilizar novas tecnologias, e também a partir da implementação dessas tecnologias pelo produtor rural”, afirma Saito.
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