Contrariando a pesquisa feita pela Fecomércio e Associação Comercial, que previa uma queda de até 24% nas vendas para o Natal deste ano na cidade, os lojistas chegaram a faturar até 30% a mais que no ano passado em alguns setores do comércio local.
No entanto, as expectativas eram bem maiores como conta dona Cecília Viana dos Santos, da Popular Calçados: “as vendas até que foram razoáveis, mas nós esperávamos muito mais. Eu estoquei a loja com calçados e roupas lindas, mas muitos consumidores preferiram cruzar a fronteira e pagar um pouco menos pelos mesmos produtos”, disse ela, se referindo aos impostos de Mato Grosso do Sul que são muito superiores aos da vizinha Santa Fé do Sul, no estado de São Paulo, há pouco mais de 22km de Aparecida do Taboado.
Outra questão apontada por dona Cecília, que já está com as portas abertas há 35 anos no comércio aparecidense, foi o baixo incentivo por parte da Associação Comercial e, segundo ela, faltou empenho dos Poderes Públicos (Prefeitura e Câmara), “eu acho que a Associação deveria melhorar essa campanha de final de ano e acredito que a cidade precisaria estar mais iluminada, mais bonita, com shows e atrações pro final de ano. As pessoas gostam de atrativos e nós, infelizmente, não tivemos quase nada. Só as promoções das lojas não são suficientes”, afirmou.
Na loja de Confecções Tecidos 3S também não encontramos uma situação animadora, “vendemos 10% a mais que no Natal passado. Não foi ruim, mas poderia ter sido muito melhor, aliás a gente esperava que fosse”, comentou o gerente João Aparecido Dias.
A Rose, proprietária da Ritmo da Moda, vai aproveitar a troca de presentes para aumentar as vendas. Ela ainda vai manter as promoções, os descontos de até 50% e o preço baixo para atrair ainda mais a clientela na última semana do mês e fechar o ano no azul, “nós vendemos cerca de 10% a mais que no ano passado e eu vou aproveitar a troca de presentes para tentar aumentar esse número e garantir dezembro. Tem sempre aquele que vem trocar um presente e acaba levando outra peça. É nisso que vamos focar a partir de agora”, disse ela.
Os únicos setores que viram vantagem mesmo foram as Lojas de Móveis e as Distribuidoras de Bebidas, onde as vendas ultrapassaram os 30%. Para Fabrício Fabres, gerente da Novolar, 2017 foi excelente se comparado a 2016, “a economia começou a crescer e os clientes compraram muito mais esse ano. Tive um aumento de 30% nas vendas”, comentou.
O mesmo foi garantido por Roger Souza, da loja Brilhante, “a linha de móveis vendeu mais que a linha branca, principalmente sofás e guarda-roupas; foi excelente para a loja”, disse Roger, que também é proprietário da Distribuidora de Bebidas Paraná. Ele se surpreendeu com a quantidade de venda de bebidas este ano, “nós nos superamos. Vendemos muito. Acho que o preço atrativo e a entrega eficiente foi o que mais chamou a atenção dos clientes, além do nosso horário de atendimento estendido”, explicou ele, dizendo que as vendas na distribuidora aumentaram mais de 70% em relação a 2016 e ele já se prepara as festividades de Réveillon, “eu acho que vamos vender muito mais agora na virada porque Natal é uma festa religiosa, então tem muita gente que não celebra. Agora, ano novo já é uma festa global, envolve todo mundo”, acredita o empresário.
No país
As vendas do comércio voltaram a crescer em 2017. Segundo o indicador da Serasa Experian, durante a semana de 18 a 24 de dezembro, as vendas subiram 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado reverteu três anos consecutivos de queda e registrou o melhor desempenho desde 2011.
No final de semana do Natal (22 a 24 de dezembro), houve aumento de 0,8% em todo o país na comparação com o final de semana equivalente ao do ano anterior (16 a 18 de dezembro de 2016).
Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, a recuperação da renda real dos consumidores, a melhora dos níveis de confiança e a retomada da expansão do crédito com a queda dos juros, estimularam as vendas do Natal de 2017.

