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Morte de macacos leva à captura de insetos para análise

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Amostras foram encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, o resultado deve ficar pronto em 30 dias. 

    Uma equipe da SES (Secretaria de Estado de Saúde) esteve em Aparecida do Taboado no período de 25 a 27 de janeiro, realizando uma vistoria na zona rural onde quatro macacos foram encontrados mortos. Os técnicos recolheram amostras de mosquitos (Haemagogus e o Sabethes que são os principais transmissores da febre amarela) nos dois locais, e encaminhados para o Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, de acordo com Paulo Silva de Almeida, Gerente Técnico de Entomologia, o resultado deve ficar pronto em 30 dias. 
    Paulo informou que uma equipe composta de biólogo, médico veterinário, entomologista, e outros profissionais estiveram nos locais onde os macacos foram encontrados mortos, para coletar mosquitos para analisar a possível circulação do vírus. “Tivemos um resultado muito satisfatório, pois, conseguimos coletar uma boa quantidade de mosquitos, eles serão enviados para o Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, onde será feita a identificação e depois verificar a infecção natural desses insetos, para uma possível associação deles com a febre amarela, ou seja, se eles estão infectados com a doença. Assim que o resultado for encaminhado para o estado vamos repassar essa informação para o município, isso pode demorar até 30 dias”.
    Além das coletas de insetos, também foram realizadas orientações aos agentes comunitários para que fiquem em alerta com relação a população, caso algum caso seja notificado. “Este é o primeiro caso de morte de macacos que Mato Grosso do Sul registra em meio a um surto de febre amarela que ocorre em Minas Gerais, estado visinho de Aparecida do Taboado, por este motivo, viemos o mais rápido possível para cidade fazer essa vistoria”, falou Paulo. 
    O Gerente Técnico de Entomologia explicou que a primeira coisa que a população tem que fazer ao encontrar um macaco morto ou agonizando, é chamar a vigilância epidemiológica, para que possa fazer o recolhimento de uma amostra genética do animal, caso ele esteja morto a menos de 24 horas, para realizar uma analise e saber se ele veio a óbito por causa da doença. “O macaco é hospedeiro do vírus da febre amarela e quando um mosquito pica um macaco contaminado, o inseto pode transmitir a doença para o homem. Na zona rural e em regiões de mata, os mosquitos Haemagogus e o Sabethes são os principais transmissores. Nas cidades, o Aedes aegypti é o que geralmente propaga o vírus”, explicou. 

Surto
    Mato Grosso do Sul registrou o primeiro caso suspeito de febre amarela este ano, segundo informações de boletim do Ministério da Saúde, divulgadas na quinta-feira, dia 26, pela Agência Brasil. O município da ocorrência não foi informado. Em Goiás também foi registrado um caso suspeito.
    No total, ainda segundo a Agência Brasil, são 550 casos suspeitos de febre amarela no País em 2017. Do total de notificados até agora, 72 foram confirmados, 23 descartados e 455 continuam sob investigação.
    Minas Gerais tem 502 notificações da doença, o Espírito Santo, 33; a Bahia, sete; e São Paulo, três. O Distrito Federal registrou três suspeitas de febre amarela, mas todas foram descartadas.
    Entre os pacientes com suspeita de febre amarela, 105 morreram, 98 deles em Minas Gerais. Ao todo, 40 mortes foram confirmadas para a doença: 37 em Minas e três em São Paulo.

Vacina 
    A vacinação de rotina contra a febre amarela é oferecida em 19 estados do país que fazem parte da área de recomendação para imunização. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar duas doses da vacina ao longo da vida.
    Também precisam se vacinar, neste momento, pessoas que vão viajar ou vivem nas regiões que estão registrando casos da doença: leste de Minas Gerais, oeste do Espírito Santo, noroeste do Rio de Janeiro e oeste da Bahia.
    Espírito Santo, Rio de Janeiro e parte da Bahia normalmente não são áreas de recomendação para vacinação contra a febre amarela, porém, a orientação agora é que a população das áreas próximas à divisa com o leste de Minas Gerais seja vacinada.
    O Ministério da Saúde anunciou o reforço de 11,5 milhões de doses. Além destas, este ano foram entregues 5,5 milhões de doses aos estados. Em anos em que não houve surto, foram distribuídas entre 800 mil e 1 milhão de doses do imunizante.

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