Aparecida do Taboado (MS) – A greve movida pelos caminhoneiros nas rodovias do país já afeta a distribuição de alimentos e combustível nos municípios. Em alerta, os aparecidenses estão lotando desde a manhã desta quinta-feira (24) os postos de abastecimento da cidade.

Dos 3 postos aparecidenses, em 1 a gasolina já esgotou (Auto Posto Chama) e segundo informação das empresas, o combustível só deverá durar até o início desta noite ou no mais tardar até a manhã de sexta-feira.

Organizado, um grupo de motoristas já bloqueou a entrada da cidade, próximo à rotatória do Contorno Rodoviário. Somente carros utilitários e caminhonetes conseguem transitar pelo local com facilidade.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, a mobilização dos caminhoneiros nas rodovias do Brasil só será encerrada quando o presidente Michel Temer sancionar e publicar, no Diário Oficial da União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o diesel.
Para poder ser sancionada pelo presidente, a medida precisa, antes, ser aprovada pelo Senado.
Fonseca disse que os bloqueios nas estradas estão ganhando força inclusive de grupos não ligados aos caminhoneiros. “Não são só os caminhoneiros que estão sendo prejudicados pela alta dos combustíveis. Isso está prejudicando todo mundo, inclusive temos recebido mensagens via redes sociais para continuarmos mantendo o movimento. Há insatisfação da sociedade com o governo”, disse.
Segundo Fonseca, os caminhoneiros não estão proibindo a passagem de veículos que transportam itens essenciais como remédios nem cargas vivas, produtos perecíveis ou oxigênio para hospital. Ônibus com passageiros e ambulâncias também estão podendo passar pelos bloqueios.
O representante dos caminhoneiros voltou a criticar a política de preço da Petrobras. “A equiparação com o preço internacional [do petróleo] foi a pior medida que podia ser feita”, disse ele.
Alimentos
A paralisação nacional dos caminhoneiros autônomos já afeta o setor produtivo de carnes e a distribuição de alimentos pelo país. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa) informaram hoje (24) que 129 unidades produtivas de carnes bovina, suína e de aves já estão paralisadas. A previsão das entidades é que, até a sexta-feira (25), mais de 90% da produção de proteína animal seja interrompida caso a situação não se normalize, somando mais de 208 fábricas de diversos portes.
Em nota, as duas associações alertam que estabelecimentos menores e de cidades pequenas ou regiões metropolitanas com ciclo de entrega de produtos a cada dois dias, já estão com o abastecimento comprometido.
Supermercados
Alguns estados também já começam a sofrer desabastecimento de alimentos, que poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, “se algo não for feito”, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “A Abras está buscando sensibilizar o governo federal para que uma solução seja tomada imediatamente. Evitando, assim, que a população sofra com a falta de produtos de necessidades básicas e com uma eventual elevação nos preços”, diz a entidade em nota.
Gás de cozinha
Os protestos também já ameaçam o abastecimento de Gás Liquefeito de Petróleo, o gás de cozinha. Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo (Sindigás) manifestou sua preocupação com a possibilidade de desabastecimento do produto em todas as regiões do país, podendo “causar prejuízos ao funcionamento de serviços essenciais, como hospitais, escolas e creches, além de residências e o segmento empresarial”.



