Aparecida do Taboado (MS) – Adepto ao movimento desde o início, Matusalém Zanone Queiroz, de 60 anos de idade, é um dos 150 caminhoneiros que seguem concentrados no município em função do manifesto nacional que começou na segunda-feira (21). Ele aproveitou o fim de tarde deste domingo (27) para desabafar sobre a paralisação.

Segundo Matusalém, os caminhoneiros buscam a valorização do transporte rodoviário e a redução dos altos impostos, principalmente sobre o combustível, “é um manifesto pacífico. Somos um povo ordeiro, uma gente alegre. Não queremos causar o caos. Só estamos cansados desse sistema falido. Nós somos trabalhadores, mas estão tirando da gente as condições de trabalhar. O povo brasileiro não aguenta mais”, explicou.
Ainda em seu discurso, afirmou que os caminheiros hoje estão sendo vistos como ‘heróis’, mas que isso talvez não seja bom, porque, segundo ele, “triste é um país que precisa de heróis”.
O caminhoneiro, que tem 40 anos de estrada, fala sobre a beleza do Brasil e a situação dos brasileiros, “temos um país tão lindo e riquíssimo, mas o povo vem sendo explorado. Alguém precisa fazer alguma coisa. Esse alguém, talvez, sejamos nós, caminhoneiros, que não estamos brigando por uma causa individual, mas pela coletividade, para que os brasileiros tenham chance de ter uma vida mais digna. Chega de corrupção, de desmando, de exploração”, falou.
Vindo da cidade de Rolim de Moura, na Rondônia, Matusalém serviu às forças armadas na época em que o Brasil viveu a ditadura durante o militarismo e é um dos ferrenhos defensores da intervenção militar.

