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Piloto de Paranaíba que forjou sequestro é suspeito de transportar liderança do PCC

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Aos poucos, a polícia desenrola o fio do novelo do que começou como roubo e sequestro de avião e avança, cada dia mais, para o forte indício de um novo crime envolvendo a facção criminosa mais atuante em Mato Grosso do Sul, o PCC (Primeiro Comando da Capital). Os elementos até agora descobertos sugerem que o piloto Edmur Guimara Bernardes, 78 anos, preso na semana passada na " Operaçao Ícaro" durante a fase "Rota Caipira", inventou ter sido sequestrado em nome de álibi para o transporte de uma liderança do grupo criminoso à Bolívia, país fornecedor de cocaína para o Brasil.

Aos poucos, a polícia desenrola o fio do novelo do que começou como roubo e sequestro de avião e avança, cada dia mais, para o forte indício de um novo crime envolvendo a facção criminosa mais atuante em Mato Grosso do Sul, o PCC (Primeiro Comando da Capital). Os elementos até agora descobertos sugerem que o piloto Edmur Guimara Bernardes, 78 anos, preso na semana passada na " Operaçao Ícaro" durante a fase "Rota Caipira", inventou ter sido sequestrado em nome de álibi para o transporte de uma liderança do grupo criminoso à Bolívia, país fornecedor de cocaína para o Brasil.

Edmur, cuja prisão temporária de cinco dias venceu à meia noite de hoje, prestou depoimento nesta segunda-feira (1) na Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), junto com Idevan Silva de Oliveira, 52 anos, vigia do aeroporto de Paranaíba, também detido na semana passada. No comando da investigação, a delegada Ana Cláudia Medina confirmou que há fortes indícios de envolvimento com um grupo criminoso, mas não confirmou qual.

A ligação de Edmur com o PCC já foi apontada no livro que inspirou o nome da operação realizada em Paranaíba, “Cocaína, a Rota Caipira”. Escrita pelo jornalista Allan de Abreu, a obra associa tanto Edmur quanto o pecuarista Nelson Vicente Pachetti Junior, 67 anos, ao tráfico aéreo de cocaína sob o comando da facção criminosa. Palchetti também foi preso na semana passada, por porte e posse ilegal de arma e por venda de combustível de avaliação ilegal. Ele também já teve condenação por tráfico de drogas.

A delegada Ana Cláudia Medina, que comanda a investigação

A delegada informou que, diante do vencimento da prisão temporária, seria solicitada a prorrogação pela Justiça. Desde que houve a prisão, ela afirma que as contradições indicam algo suspeito envolvendo o caso.

Ainda de acordo com a delegada, existem ações sendo desencadeada no Paraguai e na Bolívia sobre o falso sequestro.

Até agora, as investigações já constataram seis voos por rotas diferentes, entre Paraguai e Bolívia, durante o período de duração do sequestro forjado.

Edmur, na delegacia, afirmou ser inocente. Disse que tem a chave do hangar e dos três aviões do empresário Samuel e que poderia fazer o “que quisesse” sem precisar criar uma história. Segundo ele, tem Samuel como “um filho”.

Ele sustentou a versão de que foi contatado por pessoas que não conhecia para o voo e ficou sequestrado. O vigia Idevan, que afirmou ter sido rendido por bandidos quando Edmur estava desaparecido, afirmou à reportagem do Campo Grande News ter caído de “gaiato” na história.

A polícia recebeu ontem o celular que Edmur alegou estar dentro da aeronave e que seria do grupo criminoso responsável pelo crime. O aparelho será periciado.

 

O caso

As investigações começaram com a análise das imagens de 11 câmeras de segurança do Aeroporto Municipal de Paranaíba. Os aparelhos flagraram toda a ação dentro do hangar, na manhã do dia 18. O suposto sequestro envolveu seis homens, quadro deles encapuzados, e durou 44 minutos. Edmur foi levado pelo grupo.

Após reaparecer em aeroporto de Cáceres (MT) no dia 19, o piloto foi ouvido pela polícia e contou uma história digna de roteiro de cinema sobre as mais de 30 horas que ficou desaparecido, depois de decolar em Paranaíba.

Na quinta-feira passada, quando foi desencadeada a Operação Rota Caipira, a versão caiu por terra e ele foi preso, junto com o vigia do aeroporto, revelando a suspeita de envolvimento com o grupo criminoso.

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