Aparecida do Taboado (MS) – Com mais de 25 mil habitantes, Aparecida do Taboado ainda não conta com nenhuma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) e vem correndo contra o tempo para equipar 5 leitos em meio à pandemia do novo coronavírus; embora o município não registre nenhum caso suspeito ou confirmado da doença.
Segundo a secretária de Saúde, Tatiane Bernardes, o hospital público do município, mantido pela Fesat, não tem hoje estrutura para atender a um caso grave. Entretanto, ela informou que a Prefeitura já finalizou a construção do setor onde funcionará a ala de tratamento intensivo (UTI) do hospital, “estamos fazendo a revisão da rede elétrica para ver se o padrão vai suportar os equipamentos”, esclareceu ela.
Tatiane ainda explicou que a Secretaria agora aguarda a entrega de todos os equipamentos que já foram adquiridos e que a expectativa é que em no máximo 30 dias os leitos já estejam funcionando, “está tendo um atraso na entrega desses equipamentos em todo o Brasil, mas eu espero que dentro de 1 mês todos já estejam aqui”, falou ela, destacando que alguns já chegaram, mas não são suficientes para montar nenhum leito ainda. Entretanto, a secretária garantiu que não vai esperar para montar todos de uma vez, “conforme os equipamentos forem chegando, eu já vou montando e liberando os leitos”, disse ela. Além dos leitos de UTI, o hospital ainda terá – após as obras de reforma e ampliação – mais 4 leitos de isolamento, com estrutura mais simples.
Outro ponto importante destacado pela secretária em entrevista ao Costa Leste News é a resistência que o aparecidense tem demonstrado com relação às medidas de isolamento social. Segundo ela, a Prefeitura tem encontrado muitas dificuldades durante a fiscalização, “tem sido complicado fazer as pessoas entenderem o momento difícil que estamos vivendo; temos enfrentado muita resistência”, comentou, acrescentando: “a equipe [de fiscalização] relata que já foi xingada, é complicado”.
Apesar de Aparecida do Taboado não ter casos confirmados da doença, a secretária não descartou a possibilidade de o município já ter casos assintomáticos, “eu queria ter um milhão de testes pra usar, mas sabemos da dificuldade que o Brasil tem neste sentido. Eu acho que já temos pacientes infectados que são assintomáticos, mas não saberemos com certeza porque, como eles não têm sintomas, não procuram atendimento e não são testados, então pode ser que eles existam sim já que o vírus circula na nossa região”.
Sobre a polêmica de que a Secretaria de Saúde poderia estar escondendo casos da doença, a secretária foi enfática: “é impossível”. Tatiane explicou que o hospital segue os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e que todos os pacientes que se enquadram nos requisitos da doença são testados e, automaticamente, o município entra no radar das organizações de Saúde do Estado e do país. Além disso, segundo ela, se alguém resolver fazer teste em laboratório particular ou em outro município, a vigilância epidemiológica local é acionada imediatamente, “nós trabalhamos em rede na Saúde”, explicou ela.
Por fim, a secretária falou da alegria em ver o hospital sendo ampliado e reformado, “é um sonho que está sendo realizado. Hoje eu estou secretária […], mas meu coração é da Fesat, eu amo aquele hospital”, explicou Tatiane, que é enfermeira e trabalha na área da Saúde desde 2015. Antes de assumir a Secretaria, ela desempenhava a função de Diretora de Atenção à Saúde da Fesat (Fundação Estatal de Saúde de Aparecida do Taboado).