Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (17), na Assembleia Legislativa, os deputados estaduais Barbosinha (DEM), Renato Câmara (MDB) e Evander Vendramini (PP) demonstraram novamente preocupação nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul.
Barbosinha foi o primeiro a falar, via videoconferência, sobre a situação em Dourados. Segundo ele apurou, o início do mês de maio as secretarias de Saúde, tanto estadual, quanto municipal, declararam à imprensa a existência de 48 leitos adultos e três infantis habilitados na cidade para o combate da doença. Hoje ele denunciou que só existem 28.
“Quando se habilita o leito recebe recursos. Seriam dez no Hospital Evangélico, 13 no Universitário da UFGD onde também estão mais três pediátricos, outros cinco no Hospital Santa Rita e mais 20 no Hospital da Vida, que agora não existem mais. Declararam que os do Hospital da Vida são para outros fins, que não a Covid-19. O quadro é preocupante. Volto a chamar a atenção à situação grave, que se não existir uma ação concatenada e com sintonia entre a administração de Dourados, Estado e o Governo Federal para encontrar alternativas, poderemos ter um colapso”, alertou o deputado.
Renato Câmara também falou sobre a situação em Dourados
Renato Câmara concordou e disse que além dos leitos para o tratamento, faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os trabalhadores da linha de frente da saúde em Dourados, fato que teria sido denunciado pelo Conselho Municipal de Saúde. “Faltam máscaras, luvas e aventais. É grave. A gente fala muito de respiradores, mas esses EPIs são essenciais tanto para proteger o trabalhador, quanto quem procura o atendimento. Hoje existem vários médicos contaminados, agora você imagina os enfermeiros que estão lá na linha de frente dos postos de saúde. Em abril foram recebidos mais de R$ 1 milhão em recursos e até hoje não foram investidos. Não podemos omitir essa situação, não está tudo bem”, lamentou Câmara.
Evander Vendramini deu exemplo em Corumbá
O deputado Evander Vendramini disse que a situação é grave em todo o Estado e deu o exemplo em Corumbá. “A mineradora Vale comprou testes para todos seus funcionários e detectou 40 deles com coronavírus. Se não houvesse essa ação, imagina essas pessoas circulando e transmitindo o vírus? É preciso seriedade dos gestores públicos. Corumbá recebeu mais de R$ 3 milhões, temos que ver esse dinheiro aplicado em prevenção, pois a preocupação da Organização Mundial da Saúde é justamente essa, de que não terá como tratar todo mundo, tem que prevenir”, ressaltou.
Barbosinha completou. “Em Dourados vejo rodas de narguilé e tereré. Festas como se não houvesse nada. As pessoas estão achando que é brincadeira, mas vai morrer muita gente se não houver a tomada de consciência, infelizmente”, finalizou o deputado.
Além das reivindicações em tribuna, os deputados também propuseram projetos de leis para ajudar no combate ao coronavírus.