Campo Grande – A implantação de 12 escolas estaduais de ensino médio em tempo integral em Mato Grosso do Sul, a partir deste ano letivo, inaugura uma nova metodologia educacional onde o aluno é o protagonista e com foco na aprendizagem e no combate à evasão e repetência, cujos índices na Rede Estadual de Ensino chegam a 26%. Oito escolas funcionarão em Campo Grande, e as demais, em Dourados, Corumbá, Maracaju e Naviraí.
“É uma educação integral em tempo integral, diferente do mais do mesmo”, definiu a secretaria estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Mota, ao apresentar a nova proposta pedagógica em coletiva à imprensa, na manhã desta sexta-feira, no auditório da Governadoria. “Buscamos, com esta meta ousada, que o estudante aprenda bem, não se evada e avance, seja para uma universidade ou mercado de trabalho”, acrescentou.
O método diferenciado adotado pelo Governo Estado, denominado Escola da Autoria, tem com referência as experiências positivas alcançadas em outros estados, como Pernambuco, e propiciará não apenas a ampliação do tempo de permanência do jovem na escola, mas, também, um ensino de qualidade, em acordo como o que já está previsto na reforma do ensino médio proposto pelo Ministério da Educação.
Matrículas abertas
As 12 escolas funcionarão exclusivamente para o ensino médio integral e foram adequadas pelo governo estadual para atender o horário diferenciado. A secretaria de Educação explicou que o Ministério da Educação garantiu um aporte financeiro correspondente a R$ 2 mil por aluno, além dos recursos já previstos no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
A pré-matrícula para as 4.447 vagas disponibilizadas teve o prazo ampliado para a próxima sexta-feira (13) e algumas escolas, dentre as quais a Rita Angelina Barbosa Silveira, recém-construída em Dourados, ainda não preencheram a sua cota. A secretaria reforçou a propagação da nova proposta, visando obter êxito em relação ao quantitativo de matrículas ofertadas nesta fase do programa.
Em Campo Grande, as escolas de tempo integral são: Amélia de Carvalho Baís, na Coophatrabalho; Emydio Campos Vidal (Jardim Vilas Boas); José Barbosa Rodrigues (Universitário); Lucia Martins Coelho (Centro); Manoel Bonifácio (Jardim Tarumã); Severino Queiroz (Vila Rosa); Maria C. Barros Machado (Amambaí) e Waldemir Barros (Vila Moreninha I). Em Corumbá, Escola Julia Gonçalves Passarinho; em Dourados, Escola Rita Angelina Barbosa Silveira; em Maracaju, Escola Padre Constantino de Monte; e em Naviraí, Escola Presidente Médici.
Projeto de vida
A secretaria Maria Cecília Amendola da Mota adiantou, na coletiva, que a rede de ensino médio integral será ampliada em 2018, e explicou que o novo modelo não se trata de um experimento, mas, sim, de uma proposta fundamentada em êxitos alcançados em outros estados. Ela disse que em Pernambuco, considerado uma referência, os índices de evasão e repetência reduziram de 24%, em 2004, para 3,5%, a menor taxa do País, em 2015.
“Os fundamentos pedagógicos da proposta são o protagonismo juvenil, a pedagogia da presença, centralizando no jovem e seu projeto de vida, com inovações em conteúdo, método e gestão, além da estrutura curricular, para que ele tenha uma formação em excelência”, observou a secretaria. “Nesse estudo orientado o aluno ganhará o seu tutor o ano todo e a escola terá um papel inclusivo com o acolhimento familiar.”