Aparecida do Taboado (MS) – O aparecidense José Alves de Freitas Neto abrirá a programação do Café Filosófico 2018 nesta sexta-feira, 9 de março, às 19h, em Campinas. O professor do Departamento de História da Unicamp será o curador do módulo "Grandes Intérpretes para Questões do Século 21".
Segundo o curador, o módulo remete a indagações fundamentais sobre as relações humanas no século 21, marcadas por mudanças profundas que demandam uma busca por novas respostas em tempos de vínculos efêmeros e de rápidas transformações. “A realidade parece ter se agigantado e proliferado por redes, espaços e impactado a subjetividade e as formas de agir, pensar e se relacionar com o mundo. Sob diversas perspectivas há um excesso de sentidos e explicações que parecem impulsionar a percepção de uma insuficiência do indivíduo diante do mundo. Mais do que um esvaziamento, a reflexão é a arma potente para reconstruir sujeitos e estimular novas formulações diante dos impasses contemporâneos”, diz José Alves.
Intelectuais e pesquisadores falarão, de 9 de março a 27 de abril, sobre os pensadores que estiveram presentes ao longo dos 15 anos do programa cultural, desde a série Balanço do Século 20, Paradigmas do Século 21. Os programas deram origem, entre outros, ao Café Filosófico CPFL, um dos raros projetos audiovisuais de reflexão e organização do pensamento mantido por uma empresa privada e exibido há uma década e meia na TV aberta (Cultura e TV Brasil), com três milhões de espectadores ao mês.
No primeiro encontro, com transmissão online pelo site, no Instituto CPFL, em Campinas, José Alves conversa sobre o público sobre "Hannah Arendt e a capacidade de julgar". Na sequência da programação, os filósofos e intelectuais Vladimir Safatle, Margareth Rago, o ex-ministro Renato Janine Ribeiro e Leandro Karnal, são alguns dos intelectuais convidados por José Alves para discutir as obras de, dentre outros, Freud, Lacan, Foucault, Sartre e Bauman.

Medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo
No dia 28, José Alves, filho do casal Guilherme Almeida Freitas (Mito Cota) e D. Maria Freitas Almeida, recebeu a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo em cerimônia no Palácio do Planalto. A medalha é a maior condecoração do Estado brasileiro a educadores. Instituída em 1955, a medalha é um reconhecimento às pessoas que se destacam por sua atuação e contribuição para o desenvolvimento da educação no país.
Na justificativa para a homenagem, o Ministério da Educação destacou a atuação do Prof. Dr. José Freitas Neto como ex-professor da rede pública da educação básica e sua atuação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Na Unicamp, indicada como a melhor universidade da América Latina por rankings internacionais do ano passado, o Dr. José Alves atua na graduação e pós-graduação em História.
Atualmente é Coordenador da Comissão para os Vestibulares da Unicamp (COMVEST), sendo responsável pela criação do vestibular indígena na Unicamp e pela implantação de cotas étnico-raciais na mesma universidade. Foi consultor da área de Ciências Humanas na Base Nacional Comum Curricular. Também atuou em diversos cursos de formação de professores da rede pública do Estado de São Paulo.
Livre-Docência em 2017
No ano passado, José Alves defendeu a tese de Livre-Docência no Departamento de História da Unicamp. Uma banca com participantes brasileiros e estrangeiros enalteceu a contribuição das pesquisas e o caráter inovador e original do historiador para compreender a história da América Latina, sua área de especialização.
José Alves de Freitas Neto estudou na Escola Estadual “Ernesto Rodrigues” durante todo o ensino fundamental. O ensino médio foi entre Ribeirão Preto e São Paulo. Formou-se em Filosofia em 1992, fez mestrado na PUC-SP, Doutorado em História na USP (2002) e pós-doutorado no InstituteofLatin American Studies da Columbia University em Nova York (EUA), em 2013. É autor de livros como “Bartolomé de las Casas” e “História Geral e do Brasil” e co-autor, com Leandro Karnal, de “A Escrita da Memória”. Tem diversas publicações nas áreas de cultura, política, história e ensino. Palestrante e curador de módulos do Café Filosófico (CPFL/TV Cultura) e em eventos acadêmicos e corporativos no país e no exterior.
Agenda intensa
O professor da Unicamp já orientou mais de 20 mestrados, 4 doutorados e supervisionou 4 pós-doutorados. No ano passado, com muita emoção, falou aos professores da rede municipal. Diante de sua mãe, irmãs, cunhada, sobrinhos e parentes, ex-professores relembrou os desafios que passou e como a dedicação de seus ex-professores e da família foi fundamental para que ele pudesse alcançar seus objetivos profissionais.
Na ocasião, ele expressou-se da seguinte forma: “sou grato por todos que me ajudaram, por todos que não desistiram de mim, minha família, meus professores, diretores, amigos. Carrego comigo as bases que incorporei a partir de minha formação recebida em Aparecida do Taboado. É desnecessário lembrar todas as dificuldades que enfrentamos em uma cidade do porte de Aparecida, quanto a oportunidades de estudo e formação. Porém, mais do que as dificuldades, valem o estímulo e o apoio para acreditarmos que pela educação podemos nos transformar. A educação é a grande transformação na vida de uma pessoa. Por isso, pais e professores, não desistam de seus filhos e alunos. Façam uma aposta no futuro. Tenham esperança de um mundo melhor, graças à educação, ao respeito e à ética”.
Serviço:
Café Filosófico com José Alves de Freitas Neto
09/03 | sex | 19h
Hannah Arendt: a capacidade de julgar
A banalidade do mal é chave fundamental no pensamento de Hannah Arendt e se desdobra nas questões que enfrentamos no século 21. É, de certa forma, uma advertência aos que supõem a existência de “monstros” humanos e procuram ocultar a percepção de que as pessoas comuns podem participar e produzir um mal extremo. O impasse entre a moral e política e as indiferenças em torno do outo, do reconhecimento da singularidade e da pluralidade, expõem outra questão: onde reside a nossa capacidade de julgar? Transmissão online pelo www.institutocpfl.org.br

