Aparecida do Taboado (MS) – O Comitê de Enfrentamento ao Covid-19 se reuniu na manhã desta quarta-feira, 10, na Prefeitura, para discutir a biossegurança da indústria e os reflexos da flexibilização no comércio local durante o período de pandemia de coronavírus. Conforme o último boletim, atualizado na manhã de ontem, Aparecida do Taboado registra 7 casos positivos da doença e a preocupação da Secretaria de Saúde é que, com o avanço no número de casos, seja mais difícil conter a disseminação do vírus.
Entretanto, o Comitê decidiu, por maioria de votos, autorizar o funcionamento da praça de alimentação da Feira Livre “Augusto Carvalho” para consumo no local, mas com uma série de readequações, ao estilo do ‘novo normal’. Porém, segundo o diretor de Administração, Jary Augusto Silva, a Procuradoria Jurídica do Município terá que ser consultada, pois o espaço é considerado público e não privado, “e a abertura ou flexibilização da praça de alimentação poderia ser considerada como algum tipo de afronta ao Decreto que determina a não aglomeração e eventos em espaços públicos, vamos esperar o posicionamento do jurídico”, afirmou ele.
Já com relação ao comércio, o Comitê decidiu não alterar as medidas sanitárias, de segurança e de funcionamento que já estão em vigor há mais de dois meses, mas foi unânime na decisão de intensificar a fiscalização e aplicar punição às empresas que descumprirem os decretos preventivos. Ficou decidido que a partir da dupla notificação, a empresa terá o alvará sanitário suspenso e o estabelecimento poderá ser fechado por até 30 dias, “depois da segunda notificação, a Prefeitura vai suspender o alvará por 7 dias; havendo reincidência, suspende por 14 dias e se voltar a incorrer a suspensão passa a ser por 30 dias”, explicou Adilson Valentim, coordenador de Vigilância Sanitária.
O principal fator a ser levado em consideração nos pontos mais sensíveis, que são bares, lanchonetes e conveniências, é a aglomeração de pessoas, proibida por decreto municipal. Ultrapassar o horário de atendimento permitido, não respeitar limite de 40% da capacidade e distância de 2m entre as mesas; colocação de mesas nas calçadas, ausência de álcool em gel, uso indevido ou não uso de máscaras também serão levados em consideração.
Com relação à indústria, o Comitê decidiu que as empresas terão que fornecer, em até 48h, o Plano de Biossegurança à Secretaria Municipal de Saúde para eventual fiscalização e acompanhamento das medidas adotadas para contenção do vírus dentro da planta industrial de cada uma. Também ficou estabelecido que será criado um canal de comunicação direto entre o setor de Recursos Humanos da indústria e a Secretaria de Saúde. Vale destacar que os 7 casos positivados no município tem relação com uma indústria local – 5 são colaboradores e 2, filhos dos infectados.
Segundo Faber Lalluci, presidente da Associação Industrial de Aparecida do Taboado (AIAT) e membro do comitê, a indústria local já está executando o plano de biossegurança desde o início da pandemia e que não será problema encaminhá-lo à Secretaria. Ele disse que como o município é industrializado é normal que o foco esteja na indústria, mas enfatizou que se forem testados trabalhadores de outros setores, como o comércio, por exemplo, novos casos serão identificados porque o vírus já circula no município. Entretanto, ele considerou positivas as decisões que foram tomadas “elas atendem a sociedade como um todo”, frisou.
Participaram da reunião a secretária municipal de Saúde, Tatiane Bernardes; o presidente da Câmara de Vereadores, José Rodrigues de Matos (Zezão); o delegado de Polícia Civil, Fabiano Alves; o presidente da AIAT (Associação Industrial de Aparecida do Taboado) Faber Lalluci; o secretário de Administração, Jary Augusto Silva; o representante da Associação Comercial e Industrial, José Ivo Bernardes; e o coordenador da Vigilância Sanitária, Adilson Valentim.