Porto Velho (RO) – O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, disse na coletiva de imprensa com governadores que integram o Consórcio Brasil Central (CBC) que o governo federal abandonou as fronteiras do país. “Em qualquer país do mundo quem faz segurança de fronteira são as forças federais. Mas temos total ausência da Polícia Federal, não tem Polícia Rodoviária Federal, e para os estados é empurrado, além da segurança das cidades, a segurança das fronteiras”, disse.
Segundo Reinaldo Azambuja, Mato Grosso do Sul tem 1.400 quilômetros de fronteira seca com Bolívia e Paraguai. No ano passado, contou, mais de 260 toneladas de maconha e cocaína foram apreendidas pelas forças policiais do Departamento de Operações da Fronteira (DOF), uma unidade especializada estadual, criada pelo governo para fazer o patrulhamento.
“Se for criada uma zona de proteção nas fronteiras, principalmente com Bolívia e Paraguai, diminui bastante o ingresso de armas e drogas no país, que chega aos grandes centros, à Rocinha. O problema é que o governo federal não tem essa estrutura, remete aos estados que fazem hoje o policiamento das fronteiras, mas precisamos da ostensividade”, reclamou.
O governador Reinaldo Azambuja anunciou a realização de uma reunião, no dia 27 de outubro, em Rio Branco (AC) para tratar do problema. Segundo ele, estão confirmadas a presença do presidente da República Michel Temer; procuradora-geral da República Raquel Dodge; a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia; o presidente o Senado, Eunício Oliveira e governadores de estados que tem divisa com outros países.
“Queremos uma solução, uma efetiva integração de inteligência de fronteira, senão a gente vai perdendo esta guerra”, declarou.
Postos Fechados
Reinaldo Azambuja disse que nos últimos 90 dias dois postos da Polícia Rodoviária Federal em rodovias que dão acesso à fronteira com Paraguai e Bolívia foram fechados. “Por causa de contingenciamento, de falta de recurso. Isso é grave. A União precisa assumir seu papel.
Para o governador Marconi Perilo, presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (CBC), quatro medidas precisam ser prioritárias na agenda do governo federal no campo da segurança publica.
É preciso garantir recursos vinculados para segurança, do mesmo modo que tem a saúde e educação; atuar nas fronteiras; deixar de utilizar os recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Fupen) para fazer superávit primário, aplicando em sua real finalidade, a construção de presídios e endurecer leis em relação aos criminosos, “presos hoje e soltos amanhã”, segundo o governador de Goiás.