Das 27 unidades da federação, apenas cinco vão conseguir colocar ao menos metade das crianças até três anos em creches até 2024, aponta relatório do Instituto Ayrton Senna, apresentado aos secretários de Educação de todo o País.
Conforme reportagem da Folha de S. Paulo, os dados foram apresentados durante reunião ontem (12), em evento feito em parceria com instituto e o Consed (órgão que reúne os secretários estaduais de Educação). A presidente é a secretária de MS, Maria Cecília Amêndola da Motta, que diz que o órgão vai organizar uma nova rodada de conversas para que as discussões avancem para a apresentação e compartilhamento de propostas. "O diagnóstico traz mais clareza não só na posição de cada estado com relação aos outros, mas como estamos no cenário nacional e o que podemos fazer a partir disso".
Garantir vagas em creche para pelo menos 50% das crianças é uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação), aprovado pelo Congresso Nacional em 2014. O documento estipula objetivos para a educação a serem alcançados pelo país em dez anos. No entanto, até mesmo as metas intermediárias têm sido desrespeitadas.
Nessa lista, não está Mato Grosso do Sul. Segundo a projeção, apenas São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Tocantins devem superar os índices estabelecidos pelo plano. Além desses estados, Ceará e Rondônia devem ao menos chegar na média brasileira.
A análise foi dividida em quatro temas principais (acesso à escola, aprendizagem, progresso educacional e desigualdade). Ao todo, foram produzidos 2.700 gráficos de análises e cada secretaria recebeu um fichário com 100 desses pareceres personalizados. Nenhum estado conseguirá, por exemplo, universalizar a matrícula de jovens entre 15 a 17 anos, idade adequada para o ensino médio. Cerca de 9% da população dessa faixa etária está fora da escola, o que representa 903 mil jovens.
O PNE prevê a ampliação dos recursos em educação para 10% do PIB (Produto Interno Bruto). Os gastos com educação no Brasil, em relação ao PIB, são similares à média dos países desenvolvidos, mas, além de o país só ter chegado a esse nível recentemente, o valor por aluno é menor. Representa 40% do gasto médio por estudante dos países ricos.
Há ainda diferenças regionais. Dos 5.570 municípios, 62% (3.199) têm menos de R$ 400 por mês por aluno para investir em educação.
Em Campo Grande, há obras de Emeis (Escola Municipal de Ensino Infantil) que dependem da liberação de recursos ou documentação com o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Uma delas é a do Jardim Talismã e o da Vila Popular, o último, previsto para ser concluído ainda este semestre.