Aparecida do Taboado (MS) – A internet é hoje uma das mais importantes ferramentas da Comunicação porque, além da interatividade, acontece de forma instantânea. Bastante utilizada por jovens, ela proporciona a conexão entre pessoas, grupos e tribos de toda parte do mundo com possibilidades de áudio e vídeo. E foi através dela que integrantes do Interact Club de Aparecida do Taboado desenvolveram um projeto bastante interessante que mostrou (em algumas situações) a divergência de opiniões dos jovens, de acordo com cada região do país, sobre um mesmo aspecto analisado.
No caso, o Interact convidou os jovens que integram os clubes de Ihéus (BA), Paranaguá (PR) e Bocaiúva (MG) para assistirem ao filme “Moonlight: Sob a Luz do Luar” e, a partir dele, contextualizar as opiniões. Cada clube gravou um vídeo para falar sobre como os integrantes enxergaram as questões abordadas no longa, vencedor do Oscar 2017 como Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado, tendo recebido grande aclamação da crítica especializada.
O filme apresenta três etapas na vida de Chiron, o personagem principal, explorando as dificuldades que ele enfrenta no processo de reconhecimento de sua própria identidade e sexualidade, e o abuso físico e emocional que recebe ao longo destas transformações. Durante quase 2 horas de história (110min), o protagonista desenrola vários tipos de dramas, inclusive o envolvimento com o mundo das drogas.
Entendendo que esses são fatos bastante comuns entre os jovens em qualquer lugar do mundo, a ação partiu justamente por uma organização que integra adolescentes com idade entre 12 e 18 anos, o que a torna ainda mais interessante.
Clubes
Aparecida do Taboado (região Centro Oeste do país) foi representada por Rúbia Reis Ribeiro Rodrigues, que analisou o filme sob o aspecto familiar, as condições financeiras e sociais, o ambiente onde vive o jovem e o bullying que ele sofre na escola. Ela ainda falou sobre a repressão sofrida por moradores de áreas periférica nos Estados Unidos e como a homossexualidade é retratada no filme, fazendo uma síntese crítica bem interessante da estória.
O Interact de Ilhéus, na Bahia, região Nordeste, foi representado por Natália Guimarães, que falou da busca pela aceitação pessoal e afetiva do personagem que, segundo ela, por conta da discriminação homossexual, se torna uma pessoa “de poucas palavras”, principalmente na vida adulta.
Já Vitor Prieto Thomaz Pizzolatto foi um dos escolhidos pelo clube Taguaré, da cidade de Paranaguá, no Paraná, região Sul do país. O jovem avaliou o filme como ‘muito interessante’, principalmente porque fala sobre as relações homoafetivas, que segundo ele ainda é um tabu apesar de recorrente; bem como sobre o envolvimento com drogas, o tráfico, o resultado de influências familiares e o reflexo do bullying na vida de uma pessoa que sofre esse tipo de prática.
Juliana José Ribeiro, também integrante do clube Taguaré, creditou envolvimento do personagem com as drogas às diversas situações vividas por ele desde a infância, como o fato dele ter sido criado pela mãe, que é usuária, e por enxergar num traficante a figura paterna, “mesmo ele relutando acabou se envolvendo porque todos a sua volta já faziam parte desse mundo”, diz ela.
Por fim, a região Sudeste foi representada por Gustavo Elian Siqueira, do Interact de Bocaiúva, no Estado de Minas Gerais. O grupo dele partiu do empirismo para explicar o filme. Segundo o interactiano, o personagem do filme é um reflexo de todas as experiências que ele acumulou desde a infância. Para ilustrar isso, Karine Durães afirmou que o protagonista se trata de uma pessoa reprimida por ser ‘preta’, ‘pobre’, ‘homossexual’ e ‘sem muitos amigos’. Segundo ela, “todas essas experiências ruins refletiram na fase adulta”.
Veja o vídeo em nosso perfil no Facebook através do endereço @costalestenews. Vale a pena conferir!
