O Ministério da Educação disponibilizou para consulta, ontem (27), as informações das 251.139 bolsas parciais e integrais para faculdades privadas por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni).
A consulta pode ser feita no site do Prouni, com base em três critérios: o curso, a instituição ou o município desejado.
O cronograma previa que as inscrições começassem nesta terça (28), mas o início foi adiado após problemas com as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A Justiça Federal mandou o MEC revisar todas as notas, e suspendeu a divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) – também prevista para esta terça.
Segundo o próprio ministério, a divulgação dos aprovados no Sisu é condição prévia para o início das inscrições do Prouni – isso evitaria que um estudante concorresse às bolsas e, depois, descobrisse que conseguiu vaga numa instituição pública.
Até as 21h desta segunda, o MEC e a Advocacia-Geral da União (AGU) ainda tentavam reverter a decisão judicial. Com isso, não há prazo para a retomada desses processos.
Segundo o ministério, a decisão judicial e a paralisação do Sisu não afeta a consulta às bolsas, já que o procedimento seria “meramente informativo”. As inscrições, entretanto, seguem suspensas até que o Sisu seja liberado.
“Os cronogramas definitivos dos programas de acesso à Educação Superior serão publicados após decisão final da justiça, tendo em vista que o resultado do Sisu é condição necessária para inscrição no Prouni e no Fies”, afirmou o MEC nesta segunda.
Enem contestado
Na semana passada, a Justiça Federal em São Paulo suspendeu a divulgação do resultado do Sisu, sistema em que o estudante concorre a vagas em universidades públicas com a nota do Enem. As inscrições terminaram no domingo (26) à noite. O resultado do Sisu seria divulgado na terça (28), criando condições para a abertura do Prouni desse semestre.
O governo recorreu da decisão da Justiça de São Paulo, mas a presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), desembargadora Therezinha Cazerta, rejeitou pedido da AGU para derrubar a liminar, o que manteve suspensa a divulgação do Sisu.
Na segunda, a AGU recorreu ao STJ, enviando dados complementares do Ministério da Educação e do Inep, instituto responsável pelo Enem. A ação será analisada pelo presidente da corte, ministro João Otávio de Noronha. Não há prazo para a decisão.
Prouni: como funciona
O Programa Universidade para Todos (Prouni) oferece bolsas de estudo parciais e integrais em universidades particulares.
Para participar, o candidato não pode ter diploma de ensino superior. Além disso, deve ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e tirado, no mínimo, média de 450 pontos na prova. Não é permitido ter zerado na redação.
Também é preciso se enquadrar em um dos seguintes critérios de renda:
Bolsas integrais: renda familiar bruta mensal per capita de até 1,5 salário mínimo
Bolsas parciais (50% da mensalidade coberta): renda familiar bruta mensal per capita de até 3 salários mínimos
Entre as exigências, o candidato deve ainda se encaixar em pelo menos uma das seguintes situações:
ter cursado o ensino médio em escola pública;
ter cursado o ensino médio em escola privada, desde que na condição de bolsista integral;
ter alguma deficiência;
ou ser professor do quadro permanente de uma escola pública (nesse caso, o critério de renda familiar não se aplica).
O sistema de seleção é aberto uma vez a cada semestre. Informatizado, seleciona os alunos de acordo com o desempenho no Enem. Após o candidato ser pré-aprovado, é preciso comprovar seus dados pessoais na universidade em que foi aprovado. Só assim a vaga estará garantida.