Após a instalação da comissão que analisará o processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), na Câmara dos Deputados, tem parlamentar federal de Mato Grosso do Sul que ainda não definiu se será a favor ou contra o afastamento dela. O restante, a maioria, é favorável, enquanto a base aliada de Dilma avalia a medida como golpe.
Durante toda a quinta-feira (17), a reportagem do Campo Grande News procurou os oito deputados federais sul-mato-grossenses, mas nem todos atenderam. No grupo favorável à deposição da presidente, estão os deputados Luiz Henrique Mandetta (DEM), Geraldo Resende (agora no PSDB), Carlos Marun (PMDB) e Tereza Cristina (PSB).
O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), até então aliado do governo federal, disse que se o processo de impeachment levar em consideração somente as chamadas “pedaladas fiscais” é contra. Por enquanto, a posição dele, diz, é aguardar o partido e se novos fatos contra Dilma forem adicionados ao processo.
Suplente na comissão, Mandetta afirmou que sua posição “sempre foi clara”. Para ele, Dilma não tem condição moral para continuar governando o País. Geraldo Resende declarou ser "radicalmente" a favor do impeachment.
A situação da presidente se complicou ainda mais, depois da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil. Lula não ficou nem uma hora no cargo, em virtude de uma decisão judicial, mas já fez com que grupos de manifestantes fossem para rua em protesto. Eles pedem a saída do PT.
Carlos Marum (PMDB) disse ser favorável à renúncia de Dilma, “mas como ela deu sinais de que não vai desistir do governo”, acredita que o impeachment é a melhor saída. Ele também participa da comissão sobre o processo como suplente.
Protestos e manifestações por todo o País demonstram o desejo da população em relação ao impeachment, acredita a deputada federal Tereza Cristina. “E eu não tenho dúvidas sobre o impeachment, o governo demonstrou que está míope ao não enxergar o que a população e as ruas desejam”. “Chegou o momento de o Congresso agilizar e dar rapidez a este processo”, concluiu.
Para Zeca do PT, a abertura do processo contra Dilma representa “um golpe de quem não aceita a ascensão dos pobres na sociedade e dos que não admitem a democracia”.
Colega da bancada petista, o deputado Vander Loubet, assim como os outros, foi procurado pela reportagem, mas bateu o telefone na cara, no momento em que ouviu o questionamento sobre o processo. O deputado Elizeu Dionísio (PSDB) não atendeu as ligações durante todo o dia.
Agora, a presidente Dilma, já notificada sobre o processo, terá, a partir de sexta-feira (18), o período de 10 sessões na Câmara para responder. Depois, os deputados terão 5 sessões para analisar o relatório e decidirem pela continuidade ou não do processo. Se for aceito, ele será encaminhado para análise dos senadores, que se acatarem, a petista terá de ser afastada.