O Silêncio das Mudanças
Por Maria V. Ribeiro
Vivemos esperando algo
um sinal, uma resposta, um motivo.
Mas a verdade é que a vida raramente explica seus porquês.
Ela só acontece, rápida e imprevisível,
como se tivesse pressa de nos ensinar alguma coisa.
E o mais difícil?
É aceitar que nem tudo precisa fazer sentido.
Algumas coisas existem apenas para nos mudar.
Às vezes perdemos pessoas,
e às vezes perdemos versões de nós mesmos
que nunca mais voltam.
E poucos percebem que isso também é uma forma de luto.
Mas há uma beleza estranha nisso tudo.
Porque cada vez que algo dentro de nós quebra,
abre-se espaço para o que ainda não conhecemos.
No fundo, estamos todos tentando encontrar um lugar
onde possamos respirar sem medo,
onde o coração não precise se esconder,
onde a alma possa finalmente descansar.
E talvez o segredo não seja controlar a vida,
mas deixar que ela nos atravesse.
Deixar que ela nos mude,
nos desafie,
nos surpreenda.
No fim, tudo se resume a isso:
não a grandeza do que conquistamos,
mas a coragem de continuar sentindo
mesmo depois de já ter doído demais.
Porque sentir,
mesmo quando dói
é a prova mais pura
de que ainda estamos vivos.

