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Jovem aparecidense Monielle conquista primeiro lugar no concurso de poesia promovido pela FestJuv/UFMS

O evento foi realizado pela Associação dos Amigos do Cinema e da Cultura e reuniu mais de 600 textos de várias categorias

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Aparecida do Taboado (MS) – Durante a primeira edição do FestJuv- Festival da Juventude, que aconteceu no dia 28 de março em Campo Grande-MS, a aparecidense Monielle Maria de Matos Peria conquistou o primeiro lugar no concurso de poesia.

O evento foi realizado pela Associação dos Amigos do Cinema e da Cultura e reuniu mais de 600 textos de várias categorias. Na categoria de Concurso de Poesia (19 a 24 anos), a aparecidense Monielle, que atualmente é acadêmica de Relações Internacionais na Universidade São Judas Tadeu (USJT), conquistou o primeiro lugar com o poema intitulado “1924” e inspirado nas obras do escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924).

Para a aparecidense, a literatura salva vidas e em outros casos, torna-a mais intrigante, “a literatura é tudo aquilo que é mundano, sagrado, extravagante e desinteressante e principalente, tudo aquilo que não se encaixa em nenhuma das palavras que citei”, disse.

Além do poema escrito para o concurso, Monielle, que tem contato com o universo literário desde os dez anos, possui cinco poemas escritos em inglês publicados e uma revista literária na Escócia, que também já incluiu grandes poetas, como o escritor americano Lawrence Ferlinghetti (1919-2021).

“Sou muito grata a Deus, a família, aos educadores, aos amigos, e aos buscadores autoconscientes, que me inspiraram de alguma forma”, afirmou Monielle.
O evento foi realizado pela Associação dos Amigos do Cinema e da Cultura e reuniu mais de 600 textos de várias categorias
O evento foi realizado pela Associação dos Amigos do Cinema e da Cultura e reuniu mais de 600 textos de várias categorias

Festival da Juventude- FestJuv

O festival que nasceu com uma proposta literária e foi expandido para outras vertentes culturais reuniu jovens de todo o Mato Gross do Sul.

O reitor da UFMS, esteve presente e expressou sua felicidade em presenciar o primeiro FestJuv, “estamos orgulhosos e felizes em receber o Festival e esperamos que essa seja a primeira de muitas, proporcionando uma vivência cultural sem igual e abrindo os horizontes para a juventude de MS”, disse.

Febraro de Oliveira, coordenador dos concursos do evento também deu sua contribuição, “O jovem, ao contrário do que se imagina, está se interessando cada vez mais pelos livros e pela leitura”.

Em relação ao poema escrito pela aparecidense Monielle, a professora e escritora Wadna Salles deixou seu comentário, “”No poema “1924”, a jovem poetisa Monielle desvela-se sensível, profunda, existencialista e de apurado requinte nas palavras e versos. As indagações que o texto reflete demonstram uma jornada introspectiva, íntima, pessoal, que percorre pensamentos e emoções da protagonista, que busca saciar anseios do seu universo interior, mas que, não raramente, são os mesmos que inquietam todo ser humano. Admirável! A escrita de Monielle nos remete a uma singela lembrança de estilos consagrados por notórios nomes da literatura brasileira. Estou encantada com o poema, com a linguagem utilizada, com as temáticas e com a performance do “eu lírico”. Com alegria, deixo meus cumprimentos e felicitações à querida Monielle.”
O FestJuv aconteceu em Campo Grande-MS
O FestJuv aconteceu em Campo Grande-MS

Confira o poema na íntegra:

1924
Querido observador sem nação,
quando a meia-noite cai
escrevo febrilmente sobre amor
aquele que porto por sua degenerada histeria.
Seja minha testemunha cética
deste tamanho e depravado servilismo
onde findei ruídos marrons e estáticos
pela alma implorável que me deixou em vinte e quatro.
Minha avó dizia: “Descanse a mente, minha filha”
mas eu clamava por tudo aquilo que perambulava
que vaga e alarma na quietude opressiva e injuriada
e foi ali — altar que acolhi — seu lamento consagrado.
Meu buscador desproporcionado,
por onde devaneava ano passado?
na melancolia delirante
remediada pela absurda e ilícita praga metamorfoseada.
Minha esperança desolada,
composta por literatura e nada além disso
sua filosofia mora nesta casa de monólogos internos
e indecência desmedida.
Por suas semanas de indistinguível exaustão
faço juras de não contentar com apelos que não seja
insondavelmente apático e escrupuloso
e que faça duvidar se um dia o sem-par me definhará.
Temo quando partir
onde depositarei todo declínio corrompido
talvez abrigarei crisântemos frescos
a caminho da nossa compartilhada e perpetuada miséria.
Meu caro vigilante,
não me agrade com vanglorias
te proponho cartas auto-conscientes
e fantasias silenciosas a par com seu verme pensante.
Meu ente querido,
me conduza ao vilarejo dos poetas mortos
prometo confidenciar elogios fúnebres
sobre nosso não celebrado e atormentado fiasco.
— Monielle Peria

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