Luta por mudanças
Antes de falarmos da atual administração municipal, vamos rever alguns momentos da luta do Grupo SOS Rio Paraná.
Em 2010 iniciou-se estudos para o projeto de ampliação da ETE e mais emissário final de Aparecida. Com apoio da Funasa, recurso do PAC2. O motivo foi que o rio Rondinha não comportava o lançamento dos efluentes da cidade. Sabe-se que o novo emissário seria dirigido ao córrego Santafezinho. No mandato do prefeito seguinte, foi alterado para o Rio Paraná, ao lado do SIMTED.
Em 2013 essa alteração provocou reação de muitos cidadãos contrários à mudança, inclusive com audiência pública. Foi o primeiro grupo a levantar a bandeira em prol do rio Paraná. Não sei se esse grupo foi denominado SOS rio Paraná, mas o fato é que deu início a esta luta.
O projeto por alguns anos ficou parado por falta de recursos do PAC. E retomado no início de 2017. Foi quando aconteceram reuniões no SIMTED para discussão do assunto. Lembro bem pois participei. Decidiu-se pela criação de um grupo informal para debater o assunto do emissário. Em 06/04/2017 foi criado no Whatsapp o grupo SOS Rio Paraná.
De lá para cá foi uma luta incansável. As tentativas de acordo sempre esbaravam no argumento de que tudo estava dentro das normas. A Sanesul em nenhum momento se mostrou sensibilizada em relação às nossas reivindicações.
Em abril de 2018, com contribuição do grupo SOS, e após entrega de estudo e documentos ao MPF de Três Lagoas, foi aberta Ação Civil Pública contra a Sanesul e Imasul, questionando o local do emissário. Ação ainda em andamento.
Em continuidade à luta, em 2019 houve duas audiências públicas na Câmara de Vereadores, sendo deliberado os seguintes itens na audiência de 27/08/2019: a) não aprovação do Plano de Investimento de Longo Prazo apresentado pela Sanesul; b) não renovação antecipada do contrato de concessão com a Sanesul; e, c) ratificada as deliberações da audiência de 19/03/2019, que foram: alteração do traçado do emissário, sistema terciário (melhor tratamento do esgoto) e prolongamento do sistema afogado (colocação do cano para o leito do rio).
Início de 2020 foi realizada Audiência Pública no Senado Federal. Audiência não concluída em razão da pandemia Covid 19. Com participação de uma senadora por Mato Grosso do Sul, representantes da Administração Municipal, da Sanesul, de deputados estaduais de Mato Grosso do Sul. Apresentação marcante do Prof. Trovatti que falou sobre efeito dos ventos em represas como a nossa, e seus impactos.
A partir das audiências houve ampliação do foco do grupo SOS, agora não somente o emissário, mas sim o sistema de água e esgoto de Aparecida, procurando proteger o rio Paraná, o meio ambiente, com uma visão de sustentabilidade. Usar os recursos naturais de forma conservadora, sensata, em respeito às gerações futuras.
Percebe-se, naturalmente, adesão da população às causas colocadas em discussão. Quando chamada, comparece às manifestações, audiências, protestos. Obviamente não há unanimidade. Mesmo dentro do Grupo SOS, agora Associação, por natural opiniões e pensamentos divergentes. Mas com certeza, todos procurando o bem de nossa cidade.
Falta, da parte dos poderes constituídos, dar respostas às mudanças que clamam os cidadãos Aparecidenses.
Continua
Sobre o autor
Pedro Roberto de Queiroz, aposentado, residente em Aparecida do Taboado MS. Formado em Administração de Empresa, técnico em Contabilidade, dois anos de curso de Direito. Trabalhou dois anos como menor no Escritório Contalex. Dez anos em empresas do setor privado. E 32 anos no Banco do Brasil. Membro da diretoria da Associação SOS Rio Paraná.
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