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Artigo: O primeiro discurso do prefeito José Natan

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Aparecida do Taboado. O prefeito deu seu primeiro discurso. E foi breve, contido, sóbrio e grave.
José Natan falou de improviso, a voz baixa e quase embargada, diante de um público reduzido (por conta da pandemia) que se reuniu no Centro Cultural na manhã de 1º de janeiro. Compareceram também os vereadores empossados e familiares convidados.

Nessas ocasiões de posse, o costume é que o prefeito eleito discurse em tom triunfal, com a emoção e a vibração do político consagrado pelas urnas. Mas não: José Natan parecia não estar ali para um discurso expansivo ou alegre – o que, aliás, está ajustado com o contexto geral de luto nacional por quase 200 mil mortes em decorrência do novo coronavírus. Tampouco parecia querer vender esperanças tolas, pelo que se ouviu do discurso.

Mas vamos direto ao conteúdo de seu pronunciamento de posse. Em tom sóbrio e grave, José Natan transmitiu uma mensagem que pareceu dosada para que as pessoas não se iludam ou se decepcionem nesta primeira etapa de sua administração que se inicia. Afinal, em todo começo de mandato as pessoas alimentam expectativas ingênuas e, não vendo logo as transformações prometidas na campanha eleitoral, se frustram e se dizem arrependidas do voto. O prefeito fez bem em querer preveni-las disso. Mostra assim, com maturidade, que não se deixou seduzir por impulsos populistas que satisfazem as pessoas no presente (em busca da aprovação imediata delas), mas que resultam desastrosos no médio prazo.

Logo no início, ele dirigiu um pedido justo à população: que tenham paciência e compreensão. Antecipou que a prefeitura terá que adotar “medidas amargas” para a recuperação fiscal, sem mencionar quais seriam elas. Lembrou a dívida passiva na área de saúde que sua administração herdou, estimada em R$ 8 milhões. Mas garantiu: os resultados (quer dizer, as melhorias para a cidade) virão com o tempo.

Disse também que a área de saúde será sua prioridade e reiterou o que havia dito durante a campanha: que governará a cidade com transparência e sem a prática fisiológica do toma-lá-dá-cá. Informou, por fim, estar ciente da necessidade de reposição de servidores públicos em todas as áreas da prefeitura e mandou uma mensagem magnânima: não haverá perseguição política, as eleições seriam páginas viradas.

No balanço, o primeiro discurso do prefeito de Aparecida do Taboado, embora tenha sido breve e contido, indicou duas coisas importantes: que José Natan está plenamente ciente dos desafios que tem pela frente e – coisa de político maduro – que ele não assumiu a prefeitura para enganar ninguém. Afinal, quem se deixaria mesmo enganar se, porventura, ele houvesse feito pouco caso dos problemas que tem por resolver ou se tivesse prometido melhorar a situação da cidade rapidamente, em pouco tempo? Todos sabemos que as coisas não funcionam assim.
José Natan pediu paciência e compreensão. É razoável e justo que a população atenda a seu pedido ao longo deste ano de 2021 que se inicia sob a esperança por dias melhores.

Artigo: O primeiro discurso do prefeito José Natan

 Marcos Vinicios de Araujo Vieira, diplomata de carreira, é aparecidense.

 

 

 

 

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